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quinta-feira, 31 de maio de 2012

FESTA DA CARIDADE - SÃO MIGUEL ARCANJO OUTRA VEZ NA CONTRAMÃO!


O cancelamento de rodeios vem se tornando frequente no Brasil. As condições em que os animais são tratados nessas festas fazem com que a justiça tenha um novo olhar sobre esta cultura. A prática de maus tratos é crime ambiental, previsto no artigo 32 da Lei n° 9.605/98. Praticar atos de abuso, maus tratos, ferir ou mutilar animais.


- Em 11 de maio de 2012 através de ação civil pública, o promotor de Justiça Vitor Hugo Nicastro Honesko, da Comarca de Barbosa Ferraz, requereu que não fossem utilizados instrumentos de maus tratos físicos e psicológicos contra animais. A Comarca de Barboza Ferraz suspendeu o rodeio.

- 31 de maio de 2012 - Uma ação civil pública pedindo a suspensão das provas de rodeio no Primeiro Circuito Brahma de Rodeio de Caeté foi enviada pelo Ministério Público de Caeté ao Poder Judiciário.

- De 07 a 10 de junho de 2012 – Rodeio na Festa da Caridade de São Miguel Arcanjo

Em todo o País os rodeios têm criado polêmicas aprofundando discussões entre os limites da “cultura” e dos abusos da liberdade, justamente por lidar com a percepção de violência em relação ao outro (no caso, os animais) em seus diversos níveis. De um lado, estão os seus árduos defensores que fazem parte de uma cadeia econômica de exploração animal, que vai desde os organizadores de eventos, criadores etc e que visam apenas ao lucro. Já do outro, os que contestam as provas do rodeio, pois a participação do animal se dá pela força, através do medo, dor, estresse, enfim; pelo condicionamento forçado que contrariam o seu comportamento natural.

Esses aspectos são apenas alguns que mostram que os rodeios se dão sobre algum tipo de violência contra os animais e que são consentidos pelo público como diversão e mascarados, através de uma “pretensa tradição” importada dos cowboys norte-americanos.

Cabe dizer que, a cultura e/ou tradição sempre legitimaram – e ainda o fazem – as mais diversas formas de crueldade nas sociedades, tidas como normais para a época. Como exemplo disso, teríamos os gladiadores de Roma, que davam um “espetáculo de sangue” levando o público ao delírio, comportamento até muito assemelhado aos rodeios quando o peão tomba um indefeso bezerro de seis meses de idade e incita no público gritos e levantes. Mas hoje achamos aqueles ocorridos em Roma espetáculos horríveis.

Será que a mentalidade evoluiu? Por que a humanidade ainda precisa se alimentar de shows que envolvam algum tipo de violência alheia? O mundo está cada vez mais violento e os rodeios seguem alimentando um quadro sintomático da banalização da violência e que muita coisa precisa ser repensada. A começar pelas crianças que assistem os rodeios e vão assimilando a cultura da violência, achando tudo normal e sem limites, onde se pode fazer tudo com os outros, não apenas com os animais.

Eis também esse chamado aos pais para educarem seus filhos com respeito ao próximo, pois está faltando mães e pais responsáveis que exerçam a sua função de construir um cidadão com princípios éticos de respeito pela vida. Já que os animais são seres “sencientes”, ou seja, que possuem consciência de si em relação ao mundo, está mais do que na hora de refletirmos sobre a nossa responsabilidade diante deles, que são considerados sujeitos de direitos.

Pior que tudo isso é associar esse espetáculo deprimente a um evento chamado “Festa da Caridade”. Seria bom lembrar aos organizadores e patrocinadores da “festa” a definição de Caridade: Caridade é um sentimento ou uma ação altruísta de ajuda a alguém sem busca de qualquer recompensa. A prática da caridade é notável indicador de elevação moral e uma das práticas que mais caracterizam a essência boa do ser humano, sendo, em alguns casos, chamada de ajuda humanitária, e tendo como termos afins: amor ao próximo; bondade; benevolência; indulgência; perdão; compaixão.

Onde se dá a elevação moral ou boa essência do ser humano em martirizar animais?

Por isso também a chamada ao Poder Público de exercer a sua função de fiscalizar a situação dos animais e não apoiar eventos que fazem apologia à violência, como os rodeios. Os rodeios se fantasiam numa tradição importada e banalizam a violência contra os animais.

Que Deus nos livre desses caridosos!


terça-feira, 24 de abril de 2012

SUA ALTEZA REAL O EXTERMINADOR


     Ainda repercute o acidente em que foi vítima o rei Juan Carlos da Espanha durante viagem a Botsuana para uma caçada de elefantes. A imprensa espanhola não deu muita importância ao fato do rei, presidente de honra da WWF, uma das maiores organizações preservacionistas do planeta, empenhada na conservação da diversidade biológica mundial com quase cinco milhões de associados distribuídos em cinco continentes e atuando ativamente em mais de cem países, viajar ao território africano para exterminar elefantes.

     Esta não é a primeira vez que o monarca se vê envolvido nesse tipo de “esporte real”. Em outubro de 2004 indignou ativistas ambientais após matar nove ursos (um dos quais era uma fêmea grávida), no centro da Roménia. Em Agosto de 2006, Juan Carlos teria caçado alcoolizado na Rússia, segundo alegações feitas por autoridades regionais russas.

     Mas o que causou polêmica junto aos súditos de Juan Carlos não foi o fato de o rei estar contribuindo para o extermínio de animais e sim por estar caçando em um momento de grave crise econômica da Espanha. O rei lamentou o que chamou de "equívoco" e pediu perdão publicamente por ter viajado a Botsuana para matar elefantes, um safári somente revelado porque o monarca “esportista” quebrou a bacia em uma queda e teve que voltar a Madri, precisando ser submetido a uma cirurgia.

     A maioria dos espanhóis perdoa o rei por sua viagem de caça a Botsuana e apóia a monarquia, embora mais da metade acredite que a imagem da instituição foi manchada, segundo pesquisas divulgadas pelos jornais "El Mundo" e "La Razón".

     O fato do monarca ser presidente de honra da organização mundial WWF e estar praticando o “esporte de matar elefantes” não foi comentando ou considerado relevante pelos jornais espanhóis.

     Até porque seria incoerente o povo que se diverte torturando e matando touros, considerar incorreta a atitude de seu monarca em participar de um safári que contribui para o extermínio de elefantes ou ursos.

     Parece que o verbo exterminar continua a ser conjugado pela realeza espanhola, desde os tempos da colonização, quando destruiu e exterminou sociedades indígenas, como a dos incas e dos astecas.



segunda-feira, 19 de março de 2012

PRESIDENTE DILMA NÃO ERROU NO NOVO MINISTRO, ERROU NO MINISTÉRIO

Com a aproximação estratégica do governo com os evangélicos para salvar a candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo que enfrentava forte oposição de parlamentares religiosos desde que tentou implementar nas escolas o chamado kit anti-homofobia acabou sobrando para o ministro Luiz Santos (PT-RJ) que perdeu o posto no Ministério da Pesca para o sobrinho de Edir Macedo, o bispo Marcelo Crivella (PRB-RJ).

Apesar da grande perplexidade gerada nas mídias diante da nomeação e da declaração do novo ministro de que não sabe nem colocar uma minhoca no anzol, não creio que a presidente Dilma tenha errado no ministro; mas errou no ministério. Crivella deveria ter ido para o Ministério da Saúde.

Mudando de canais todas as noites, percebe-se nas programações da TV aberta do que a programação evangélica é capaz. Ocorrem mais "milagres" numa única noite em qualquer um desses templos do que os relatados em toda a Bíblia. Perto desses pastores, Jesus era um aprendiz.

Edir Macedo, Valdemiro Santiago, R.R Soares, David Miranda, entre outros pastores da nova geração nos acompanham numa jornada de fé no meio da noite, onde Jesus poderá perdoar nossos pecados e onde podemos conhecer mais a fundo cada igreja para podermos escolher em qual delas queremos ser curados de todos os males e de quebra fazer a "reserva" de um lugarzinho no céu.

Todos os anos milhões de reais são gastos (e outros tantos desviados) no nosso sistema público de saúde com remédios, internações, médicos, enfermeiros, etc., sem contar as intermináveis filas nos atendimentos e o mau atendimento, quando ele ocorre.

Imaginem o bispo Crivella como Ministro da Saúde. Em seu primeiro ato no ministério poderia acabar com todos os chamados Postos de Atendimento e Hospitais Públicos do país. O atendimenro aos usuários do SUS passaria a ser feito diretamente nos templos religiosos ou até mesmo através da televisão ou rádio. Templos e pastores existem suficientemente para atender a todos. Poderia até mesmo dividir o atendimento por especialidades: Câncer e ressurreição: Valdemiro Santiago. AIDS, paralisia: Edir Macedo. Surdez, cegueira. hérnia de disco: R.R.Soares. Parkinson, Walzeimer: Davi Miranda e assim por diante.

A economia e resultado final, com certeza, seriam muito melhores que os atendimentos paliativos dos atuais postos de atendimento do nosso falido sistema público de saúde, além do que não precisaríamos mais de remédios, exames de laboratórios, radiológicos, e principalmente o fim das malditas filas de espera, afinal as curas nos templos são coletivas e instântaneas. Mas se não puder estar presente, não se preocupe, um copo d’água sobre o rádio ou TV resolve. Não tem dinheiro para comprar rádio nem TV? Também não tem problema. Faça um empréstimo num banco qualquer e não se preocupe em pagar a dívida. Pegue uma daquelas toalhinhas e esfregue na porta do banco e sua dívida sumirá "milagrosamente"...

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ACABANDO COM O CARNAVAL


"Queria ser presidente por um dia. Faria uma lei que anulasse o carnaval em prol da nação. Argumentos lógicos não me faltam: Diminuição de acidentes; menor índice de HIV positivo;
melhorar imagem do país no exterior; cortar semana ociosa
para que aumentemos nossa renda; valorizar a imagem da
mulher brasileira; investir os 2 bilhões por ano do carnaval em educação; diminuir consumo de drogas nesse período....

Acho que não teria o apoio popular pra isso. Já tivemos
presidentes que afundaram a educação, a habitação, a reforma agrária, a inflação, a renda familiar, os empregos, e até mesmo presidente que roubou nossa poupança. Ninguém reclamou.
Porém se eu acabasse com o carnaval certamente me matariam.

Mesmo sabendo o risco que corro, aceitaria essa missão
suicida, afinal, é melhor morrer no país do carnaval do que
 viver no carnaval desse pais."
     Danilo Gentili

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

PEÃO MORRE PISOTEADO DURANTE RODEIO EM SANTA CATARINA

Um peão morreu pisoteado na cabeça por um touro durante um rodeio realizado na cidade catarinense de Belmonte, a 629 km de Florianópolis. O acidente aconteceu na sexta-feira, dia da abertura da Expo Belmonte, que termina neste domingo.

Segundo a empresa paranaense Geração Country, responsável pela organização do evento, a vítima, Gilberto Morato, possuía seguro e a família dele vai receber o dinheiro. O caso foi registrado na delegacia de polícia local.

Em sua página na internet, a organizadora publicou uma mensagem em homenagem ao peão morto: "A família Geração Country está em luto. Perdemos um amigo e um grande competidor de rodeio".

VIDA LONGA AO TOURO !

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO MIGUEL ARCANJO E O CIDADÃO EMÉRITO ESQUECIDO

         O pensador Montesquieu, considerado o pai da história e patrono da história da filosofia, foi o precursor da antropologia na classificação das formas políticas da sociedade humana: monarquia, aristocracia e comuns. Um tal de Jacques Le Goff apregoou que a história é cíclica, repetitiva e sobretudo mentirosa. E não é? A nova geração de pesquisadores brasileiros está trabalhando para recolocar a História do Brasil no caminho da verdade.
        
         Se dentro de um conceito universal, a história tem o poder mágico de passar da realidade para a lenda, o que pode acontecer numa cidade do tamanho de São Miguel Arcanjo, onde a sua história foi mal escrita por garranchos disformes numa casca de palmito, ou na parede branca da falta de memória com um pedaço de carvão, até se apagar de vez.
        
         Estas considerações principiaram como ruminações ao antever as comemorações do 122° aniversário da Câmara Municipal de São Miguel Arcanjo, da qual os poucos compêndios, já sem muita credibilidade por personificar heroicamente certos personagens, registram o seguinte fato: “A Câmara Municipal da Vila de São Miguel Arcanjo criou-se no dia 30 de outubro... A primeira Câmara Municipal da Vila de São Miguel Arcanjo era constituída de sete vereadores, sendo: Manoel Fogaça de Almeida, Alfredo Olegário dos Santos Terra, João Augusto de Souza Nogueira, José Alves Pereira, Ernesto Arantes de Noronha, Jeremias Moreira Branco e José Leme Brizolla. No dia da criação da Câmara, deixou de comparecer o cidadão José Leme Brizolla. Ainda no dia 30 de outubro  de 1889, foi feita a eleição do primeiro Presidente da nova Câmara, verificando a seguinte votação: Manoel Fogaça de Almeida (quatro votos, )Alfredo Olegário dos Santos Terra(dois votos). Sendo dessa forma constituída a primeira autoridade e o primeiro Presidente da Câmara do Município” (sic).
        
         E quem foi o secretário que redigiu essa primeira sessão de posse para a formação da Câmara, antes da conhecida primeira ata guardada a sete chaves, a qual passa a registrar os primeiros trabalhos dos vereadores já constituídos? Quem estava lá, no histórico dia 30 de outubro, há 122 anos?
        
         Era o primeiro secretário, cidadão Manoel Rufino de Medeiros, que sem nenhuma explicação dos historiadores da época, foi desrespeitosamente omitido. Hoje é apenas um personagem obscuro que a história esqueceu. Aliás, a história do município é cheia de contradições que precisam ser revistas, a começar pela tradição oral da doação das terras para a construção da capela, atribuída à dona Maximina Ubaldina Nogueira Terra.
        
         São Miguel Arcanjo passou a existir historicamente no papel a partir dos anos 50. Primeiro através do engenheiro Ricardo Gaumblet Daunt que palmilhou as sesmarias do tenente Urias e arrecadou documentos confiáveis. Após ele, baseado provavelmente em comentários populares, o agente do IBGE, Daniel Carneiro registrou em documentos desse instituto o resumo de uma tradição oral na qual aparece dona Maximina como doadora das terras de São Miguel Arcanjo.
        
         O historiador Manoel Valente Barbas em sua obra “Da Fazenda Velha à São Miguel Arcanjo” no capítulo XIX, página 121 escreve sobre a doação das terras ao patrimônio da Paróquia de São Miguel Arcanjo ao cônego Júlio Marcondes, secretário do bispado de São Paulo o seguinte: “Em abril de 1884 vai por mim assinada, Tereza Augusta Nogueira, desta freguesia da Fazenda Velha, perante a testemunha de Manoel Rufino de Medeiros(...) declaro e faço doação de uma parte de 750 braças de alto com quatrocentos e cinquenta de fundos(...) sem qualquer embaraço para que se empregue  à capela com a condição de nunca ser vendida”.
        
         Conforme Judas Isgorogota, biógrafo do poeta Vital Fogaça de Almeida, filho do primeiro Presidente da Câmara, em 17 de junho de 1957 foi comemorado o centenário de Manoel Fogaça de Almeida. Houve sessão magna com a presença do deputado Ciro Albuquerque. Falou-se de história nessa sessão solene, principalmente sobre a formação da primeira Casa de Leis. Mais uma vez o primeiro secretário, Manoel Rufino de Medeiros não foi mencionado.
        
         As autoridades, os estudiosos e os pesquisadores da história do município não podem passar um rolo compressor em cima dos fatos. É evidente que naquela época, Manoel Rufino de Medeiros era um dos poucos cidadãos letrados com condições para redigir  decretos, escrituras, requerimentos e atas, numa vila que mal se desvencilhava de sua condição de bairro rural de Itapetininga, por isso mesmo, composta de pessoas analfabetas em sua maioria, assim como políticos que sabiam, quando muito, desenhar o próprio nome para votar. Após trinta e um anos (1889/1920), quando por motivo de saúde Manoel Rufino de Medeiros deixou de registrar e escrever os atos emanados do legislativo, seu filho Mário Augusto de Medeiros, assumiu esse mister. Este também a história esqueceu.
        
         Ainda há tempo para que nossos ilustres cidadãos, e outros que agora fazem a história do município, cumprirem aquela máxima que diz  “dar a César o que é de Cesar”. Os pares da Câmara poderiam reconhecer esse lapso lamentável do passado e como escusas, denominar uma rua ou algo do gênero com o nome de Manoel Rufino de Medeiros e outra com o de Mário Augusto de Medeiros.
      
         Longe de qualquer preconceito ou acepção de pessoas, se o Tapichi por ser uma figura popular dos bares e botequins, por sua longevidade etílica mereceu reconhecimento “pós mortem”, Manoel Rufino de Medeiros pelo seu trabalho, merecia mesmo ter seu retrato perenizado no quadro de honra das figuras ilustres da Câmara. Ali mesmo, onde sorrateiramente, o major Fonseca, há muitos anos homenageado com o nome numa das principais escolas de Itapetininga, ocupa um espaço que não é dele. A falta de seriedade nas pesquisas históricas fez dele um intruso, enquanto os legítimos filhos da terra são esquecidos.

domingo, 23 de outubro de 2011

NOSSA CIDADE É CRUEL, DESUMANA, PRECONCEITUOSA, RICA E ESTÚPIDA

Parte 1

Parte 2

"Nossos guardiães do atraso dependem da nossa ignorância"