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domingo, 27 de dezembro de 2009

Texto de Danilo Gentili comentando piada de Robin Wilians sobre o RJ e sua escolha como cidade-sede



"Uns anos atrás os Simpsons vieram pro Brasil. Homer foi sequestrado. Bart ficou excitado com a loira de shorts enfiado na bunda que apresentava um programa infantil na TV. O menino pobre que a Lisa ajudou não tinha o que comer, mas estava muito feliz desfilando no Carnaval". 

Esses dias Robin Willians falou o seguinte: "Claro que o Rio ganhou de Chicago a sede das Olimpíadas. Chicago levou Michele e Oprah e o Rio levou 50 strippers e 500g de cocaína”.

Eu ri! Advogados, autoridades e populares se revoltaram nos dois casos. Eles não se revoltam, não se mobilizam, não processam, não abrem inquéritos, não fazem passeatas quando o sequestro, a loira vagabunda apresentadora de programa infantil, a idiotice do carnaval, o tráfico de drogas e a prostituição acontecem na vida real bem debaixo dos nossos narizes.

Eles se revoltam só quando usam isso pra fazer piada. A piada realmente boa sempre ofende alguns e mata de rir outros por um motivo simples: a boa piada sempre fala de uma verdade. Num País onde aprendemos a mentir, enganar, roubar, tirar vantagem desde cedo a verdade não diverte. Assusta. O cara engraçado pro brasileiro é sempre aquele que fala bordões manjados, dá cambalhotas no chão em altas trapalhadas, conta piadas velhas, imita o Silvio Santos e outras personalidades ou faz um trocadilho bobo mostrando ser um ignorante acerca dos assuntos. Esses bobos passivos nos deliciam porque não incomodam ninguém! Um cara que faz um gracejo com uma verdade inconveniente pro brasileiro é como o alho pro vampiro. Merece ser execrado.

O brasileiro é uma gorda de 300 quilos que odeia ouvir que é gorda. Ela faz um regime pra parar de ouvir isso? Não! Regime e exercício dão muito trabalho. É mais fácil ir no shopping, comprar roupa de gente magra, vestir e depois acomodar a bunda na cadeira do McDonalds. O problema é que nem todo mundo é obrigado a engolir que aquela fábrica de manteiga é a Barbie, só porque está com a roupa da Gisele Bündchen. Então é inevitável que mais hora menos hora alguém da multidão grite: "Volta pro circo!" ou "Minha nossa! É o StayPuff com o maiô da Dayane dos Santos?". Então a gorda chora. Se revolta. Faz manha. Ameaça. Processa. Porque, embora ela tentou se vestir como uma magra, no fundo a piada a fez lembrar que ela é mais gorda que a conta bancária do Bill Gates. A auto-estima dela tem a profundidade de um pires cheio de água.

Ao invés de dizer que Robin Willians tem dor de corno, prefeito do Rio, vai cuidar primeiro da sua dor de mulher de malandro. Sabe? Mulher de malandro sim, aquela que apanha, apanha, apanha, mas engole os dentes e o choro porque acha que engana a vizinha dizendo: “Eu tenho o melhor marido do mundo”.

Advogados. Vocês já são alvos de piadas por outros motivos. Já que se incomodam com piadas, evitem ser alvos de mais algumas delas não processando Robin Willians. Em vez de processo, envie pra ele uma carta de gratidão. Pense que ele estava num dos melhores programas de TV do mundo e só falou de puta e cocaína. Ele poderia ter falado, por exemplo, que o turista que vier pra Olimpíadas, se não for roubado pelo taxista, o será no calçadão. Poderia também ter dito que o governo e a polícia brasileira lucram com aquela cocaína do morro carioca que ele usou na piada. E se ele resolvesse falar algo como: “As crianças do Brasil não assistirão as Olimpíadas porque estarão ocupadas demais se prostituindo”? Ah... E se ele resolvesse lançar mais uma piada do tipo: “Brasileiro é tão estúpido que se preocupa com o que um comediante diz, mas não se preocupa no que o político em quem ele vota faz”? Enfim... são muitas piadas que poderiam ter sido feitas. Quem é imbecil e se incomoda com piada, não seja injusto e agradeça ao Robin Willians porque ele só fez aquela. E depois brasileiro insiste em fazer piada, dizendo que o Português é que é burro".

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

HOJE, O NATAL É UMA SAUDADE DO NATAL


         Gente, é Natal! Natal, galera, Natal!!! Uhú!! Vamos lá, abra a porta e dê bom dia pro energúmeno do seu vizinho que não te deixa dormir ouvindo música no último volume a noite toda. Ligue pra sua cunhada, aquela que você não fala há um tempão e que daria um braço pra ver ela arrebentar uma sandália na rua num dia de chuva e se estatelar de cara no chão bem longe de casa. Mande um cartão pro desgraçado que pegou seu DVD do Cinema Paradiso, versão estendida e com extras e não te devolveu. É época de Natal, quem sabe agora ele para de fingir que não está em casa. Mande um e-mail pra todas as mulheres que você já ficou e te odeiam. Espere com um sorriso no rosto na fila do banco. E quando chegar lá na frente sorria e deseje feliz Natal a todos! Manda um cartão pro corno do seu chefe que te manda fazer alguma coisa pra amanhã dois minutos antes da sua hora de ir embora. Não ligue pra isso, é Natal! Encha a cara e abrace todo mundo, diga que ama todo mundo, que todo mundo é o máximo e que você admira todo mundo! Mas não se esqueça de bater no peito e dizer “eu goshto de voshê pra cacete! Na boa, você mora aqui, ó!”. Compre presente pra todo mundo. Até para sua sogra (urgh!). Se ela já foi desta pra melhor, leve flores no cemitério, (aproveite e confira se ela ainda está lá). Afinal, todos merecem presentes. Até mesmo aquele seu outro vizinho que nunca olhou na sua cara; pai daquele menino capeta que insiste em jogar bola usando o seu portão como gol. Não seja amargo, homem de Deus, é Natal! O que importa se o cachorro do seu vizinho comeu seu para-choques e se o filho dele quebrou sua janela com aquele maldito estilingue? É Natal. Mande-lhe uma cesta de Natal. Não seja mesquinho. Qual o problema se o jornal que você assina só chega depois que você saiu pro trabalho, e sempre cai numa poça d’água? Isso não é nada perto da magia e da paz da Noite de Natal. Procure aquele sujeito que dá a volta no quarteirão pra não passar na frente da sua casa só por que está te devendo, e lhe dê um abraço apertado e lhe deseje boas festas! Deixe caixinhas de Natal no restaurante que você almoça, pro cara de quem você compra sorvete, no jornaleiro, na portaria do seu prédio, no da sua namorada e no do seu trabalho, em todos os lugares! Afinal, é Natal, época de caixinha! Leia todos os textos idiotas que te mandarem essa época, e retribua a todos, sem exceção. Não reclame dos carros de som, dos políticos, nem do engarrafamento, nem se você ficar duas horas na fila do almoço e três no trânsito. É Natal, pessoal!!
        E por falar nisso, Feliz Natal a todos os leitores e críticos deste blogue, seguidores ou não. E não esqueçam da nossa caixinha (de comentários).

SOROCABA SEM RODEIO - AGORA É LEI - UM EXEMPLO PARA SER SEGUIDO


      O prefeito de Sorocaba, Victor Lippi, junto de ativistas e membros do Movimento Sorocaba sem Rodeio, promulgou na manhã desta terça-feira, às 10h00 min. em seu gabinete a lei que proíbe as provas de rodeio no município.
      O movimento teve início em 08 de agosto de 2009, quando membros do Movimento em Defesa dos Direitos dos Animais realizaram o I Fórum Municipal sobre os Direitos dos Animais. Foi no “Fórum” que surgiu a proposta da criação de um movimento que buscasse assinaturas (cerca de 20 mil) para a apresentação de um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que proibisse os rodeios no município.
      O grupo apostou neste caminho, embora mais demorado, por acreditar que a busca pelas assinaturas seria um bom instrumento para a abertura de um debate na sociedade.
      Foram várias as atividades realizadas pelo grupo que, ao longo de quatro meses, coletou quase cinco mil assinaturas. A Câmara Municipal, entretanto, resolveu apresentar, através do vereador Irineu Toledo, projeto de lei com o mesmo objetivo.
      O “Movimento”, entendendo que a iniciativa, apesar de não contemplar a possibilidade que o Projeto de Lei de Iniciativa Popular estava propiciando – o debate amplo sobre Direitos dos Animais –, resolveu abraçar a iniciativa do vereador e buscar apoio para a aprovação do projeto.
      Em 01 de dezembro o projeto foi aprovado, com a redação feita pelo grupo e, no dia 22 sendo promulgado pelo prefeito de Sorocaba.
      A promulgação terá um ato simbólico, onde o grupo quebrará uma espora feita de argila.
      Sorocaba, que já foi pioneira na proibição de animais em circos, há dez anos, dá um passo adiante, servindo de exemplo a todos que lutam em defesa dos Direitos dos Animais, segundo um dos coordenadores do movimento, o professor e ambientalista Gabriel Bitencourt.
      Muito se caminhou na busca da garantia dos Direitos dos Animais, entretanto, a incompreensão, o desrespeito e a falta de ética na relação com outras espécies que habitam o planeta indicam um longo caminho, ainda, por ser trilhado, afirma Bitencourt.



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

PRECISAMOS URGENTEMENTE DE UMA LEI QUE PROTEJA OS BENS HISTÓRICOS DE NOSSA CIDADE



"Os prédios históricos são testemunhas físicas do passado da nossa cidade. Mais que respeito a um passado glorioso, o trabalho de preservação do patrimônio histórico implica no estabelecimento de elos indeléveis entre a vivência e conhecimento do passado, o legado histórico que somado às inovações do presente transforma-se em herança para as gerações do futuro". 

        Tombamento:
       Com a intenção de proteger bens que possuam valor histórico, artístico, cultural, arquitetônico, ambiental e que, de certa forma, tenham um valor afetivo para a população, é que se tem o instituto do tombamento, caracterizado pela intervenção do Estado na propriedade, e regulamentado por normas de Direito Público.
       O vocábulo tombamento é de origem portuguesa, e é utilizado no sentido de registrar algo que é de valor para uma comunidade, protegendo-o através de legislação específica.
       Dentre os precedentes normativos dispostos na legislação brasileira acerca do tombamento e da proteção ao patrimônio histórico, artístico e cultural, destaca-se o Decreto – Lei nº. 25 de 30 de novembro de 1937, que ordena a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, e a Lei nº. 3.924 de 26 de julho de 1961, que dispõe sobre os Monumentos Arqueológicos e Pré – Históricos.
       Entre os diversos conceitos que podem ser adotados para definir tombamento, cito este: “Tombamento é um ato administrativo realizado pelo poder público com o objetivo de preservar, através da aplicação de legislação específica, bens de valor histórico, cultural, arquitetônico, ambiental e também de valor afetivo para a população, impedindo que venham a ser destruídos ou descaracterizados”.
       Tombamento visa proteger patrimônio, mas o que seria patrimônio? De acordo com o Dicionário Aurélio, patrimônio é: “Bem, ou conjunto de bens culturais ou naturais, de valor reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a humanidade, e que, ao se tornar(em) protegido(s), como p. ex., pelo tombamento, deve(m) ser preservado(s) para o usufruto de todos os cidadãos”.
       “Art. 216 da Constituição Federal – Constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira.
       O tombamento pode ter por objeto bens móveis e imóveis que tenham interesse cultural ou ambiental para a preservação da memória e outros referenciais coletivos em diversas escalas, desde uma que se refira a um Município, como uma em âmbito mundial. Estes bens podem ser: fotografias, livros, acervos, mobiliários, utensílios, obras de arte, edifícios, ruas, praças, bairros, cidades, regiões, florestas, cascatas.
       O bem objeto de tombamento não terá sua propriedade alterada, nem precisará ser desapropriado, pelo contrário, porém, deverá manter as mesmas características que possuía na data do tombamento. Seu objetivo é a proibição da destruição e da descaracterização desse bem, não havendo dessa forma, qualquer impedimento para a venda, aluguel ou herança de um bem tombado, desde que continue sendo preservado.
       A preservação dos bens culturais ou ambientais, se dá, impedindo principalmente a sua destruição. Portanto, aquele que ameaçar ou destruir um bem tombado estará sujeito a processo judicial, que poderá definir multas, medidas compensatórias ou até a reconstrução do bem como se encontrava na data do tombamento, de acordo com a sentença final do processo.
       Além do tombamento, a preservação de bens históricos, artísticos e culturais pode se dar por meio do inventário, registrando-se as principais características de bens culturais e ambientais; os Municípios devem promover o desenvolvimento das cidades sem a destruição do patrimônio; as leis orgânicas podem criar leis específicas que estabeleçam a redução de impostos municipais aos proprietários de bens declarados tombados, a fim de incentivar a preservação de tais bens.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

O SEMEADOR E O QUE SEMEIA


“Entre o semeador e o que semeia há muita diferença. Uma coisa é o soldado, e outra coisa é o que peleja; uma coisa é o governador, e outra coisa o que governa.
Da mesma maneira uma coisa é o semeador, e outra o que semeia; uma coisa é o pregador, e outra o que prega. O semeador e o pregador, é nome; o que semeia e o que prega, é ação; e as ações são as que dão o ser ao pregador. “Ter nome de pregador, ou ser pregador de nome, não importa nada; as ações, a vida, o exemplo, as obras, são as que convertem o mundo.”
(Sermão da Sexagésima, Padre Vieira)

QUESTÃO DE ESCOLHA


Toda vez que viajo, mesmo sem sair do lugar, sinto que posso, a qualquer momento, mudar de direção. Ou posso seguir naquela mesma direção e ir transformando aos poucos o caminho. É tudo uma questão de escolhas. E não há como viver sem elas.

NÃO TEMOS SALVAÇÃO!


          Não faltam motivos para descrer da Humanidade. Vamos combinar que fizemos coisas extraordinárias, mas nossa passagem pela Terra não está sendo exatamente um sucesso. Para cada catedral erguida, bombardeamos três. Para cada civilização vicejante, liquidamos quatro; a cada gesto de grandeza correspondem cinco ou seis de baixeza; para cada Ghandi, produzimos sete tiranos; para cada Cora Coralina, 17 energúmenos.
          Inventamos vacinas para salvar a vida de milhões ao mesmo tempo em que matamos outros milhões pelo contágio e a fome. Criamos telefones portáteis que funcionam como gravadores, computadores e às vezes ainda temos problema com a coriza nasal.
          Nosso dia-a-dia é cheio de pequenas calhordices, dos outros e nossas. Rareiam as razões para confiar no vizinho ao nosso lado, o que dirá do político lá longe, cuja verdadeira natureza muitas vezes só vamos conhecer pela câmera escondida.
          Somos decididamente uma espécie inconfiável, além de venal, traiçoeira e mesquinha. E estamos envenenando o planeta, num suicídio lento do qual ninguém escapará. E tudo isso sem falar no racismo, no terrorismo e no “Big Brother Brasil”.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AGORA É LEI



          O movimento Sorocaba Sem Rodeios, através de diversas associações e ONG´s, viu coroar de êxito todo o seu esforço com a campanha de coletas de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular.
          Foi aprovada hoje na Câmara Municipal de Sorocaba a lei que proíbe a realização de rodeios na cidade. A lei proíbe os maus tratos e a utilização de animais em rodeios, vaquejadas e cavalhadas e outras coisas do tipo, o que significa um imenso avanço para Sorocaba, no que se refere ao tipo de sociedade que pretende ser, ainda mais para uma cidade que quer ser reconhecida como “cidade educadora”. Vale lembrar que em Sorocaba, a utilização de animais em circos já era proibida.
          Tenho esperança de que o exemplo de Sorocaba sirva de inspiração a outras cidades do país que estão empenhadas nessa empreitada de proibir nessas praças essa manifestação nefasta e desumana que é o rodeio. Seja através de passeatas, como em Piracicaba, Limeira, Jaguariúna ou até mesmo com movimentos como o que ocorreu em Osasco no mês passado cancelando um rodeio através de abaixo-assinado. Muitos movimentos semelhantes já ocorrem no Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Goiás.
          Não é mais aceitável que nós, seres humanos, utilizemos o sofrimento de outros animais como forma de divertimento. É preciso uma mudança de comportamento, condizente com todos os avanços que a civilização humana vem apresentando nas últimas décadas.
          Esse desenvolvimento da sociedade pode ser percebido no consenso que existe em relação aos maus tratos aos animais. Então, se a voz uníssona da sociedade já percebeu que não existe humanidade em maltratar outro ser vivo para uma pretensa diversão - e que justamente o que diferencia o ser humano é a capacidade de compaixão - já está na hora de avançar, de mudar os paradigmas e a mentalidade da sociedade.
          Está aí um bom exemplo a ser copiado pela nossa São Miguel Arcanjo. Quem sabe assim, na próxima "Festa da Uva", teríamos uma festa, no mínimo mais saudável.