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terça-feira, 27 de abril de 2010

AQUELES QUE PASSAM


Tem os que passam
e tudo se passa
com passos já passados

Tem os que partem
da pedra ao vidro
deixam tudo partido

E tem, ainda bem,
os que deixam
a vaga impressão
de ter ficado

(Alice Ruiz)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

QUE PENA! O TOUREIRO SOBREVIVEU...


O toureiro madrileno José Tomás, considerado um dos mais experientes da Espanha, foi acertado por um touro durante exibição na Feira Nacional de San Marcos, em Aguascalientes, no México, no sábado (24). Tomás teve um ferimento de 15 centímetros na coxa esquerda e sua artéria femoral também foi atingida.

Após ser chifrado pelo animal, o toureiro perdeu muito sangue e passou por cuidados médicos ainda na arena onde a tourada era realizada. Ele foi encaminhado para um hospital da região e passou por cirurgia com duração de três horas e meia.

O estado de saúde do toureiro é estável, segundo os médicos que fizeram a operação. "O quadro ainda é muito grave, mas estável", afirma o cirurgião vascular Alfredo Ruiz.

E viva o touro!

quinta-feira, 22 de abril de 2010

DISPUTA ACIRRADA PELOS "FIEIS" CONSUMIDORES


         As Casas Bahia disputam o mesmo mercado que a Magazine Luiza. As duas lojas se engalfinham para abocanhar o filão dos eletrodomésticos, guarda-roupas de madeira aglomerada e camas de esponja fina. Buscam conquistar assalariados, serralheiros, aposentados e garis. Em seus comercias, o preço da geladeira aparece em caracteres pequenos, enquanto o valor da prestação explode gigante na tela da televisão. A patuleia calcula. Não importa o número de meses, se couber no orçamento, uma das duas, Bahia ou Luiza, fecha o negócio – o juro embutido deve ser um dos maiores do mundo.
         Toda noite, entre oito e dez horas, a mesma lengalenga se repete nos programas evangélicos. Pelo menos quatro “ministérios” concorrem em outro mercado: o religioso. Todos caçam clientes que sustentem, em ordem de prioridade, os empreendimentos expansionistas, as ilusões messiânicas e o estilo de vida nababesco dos líderes. Assim, cada programa oferece milagres e todos calçam suas promessas com testemunhos de gente que jura ter sido brindada pelo divino. Deus lhes teria abençoado com uma vida sem sufoco.
         Infelizmente, o preço do produto religioso nunca é explicitado. Alardeia-se apenas a espetacular maravilha. Considerando que a rádio também divulga prodígios a granel, como um cliente religioso pode optar? Para preferir uma igreja, precisa distinguir sobre qual missionário, apóstolo, pastor ou evangelista, Deus apontou o dedo. E se tiver uma filha com leucemia aguda, não pode errar. Ao apelar para uma igreja com pouco poder, perde a filha. O correto seria frequentar todas. Mas como? Em nenhuma dessas igrejas televisivas o milagre é gratuito ou instantâneo. As letrinhas, que não aparecem na parte de baixo do vídeo, afirmariam que, por mais “ungido” que for o missionário, um monte de exigência vem embutida na promessa da bênção. É preciso ser constante nos cultos por várias semanas, contribuir financeiramente para que a obra de Deus continue e, ainda, manter-se corretíssimo. Um deslize mínimo impede o Todo Poderoso de operar; qualquer dúvida é considerada uma falta de fé, que mata a possibilidade do milagre.
         Lojas de eletrodoméstico vendem eletrodoméstico, óbvio. Igrejas evangélicas comercializam a idéia de que agenciam o favor divino com exclusividade. E por esse serviço, cobram caro, muito caro. Afinal de contas, um produto celestial não pode ser considerado de quarta categoria. A “Brastemp” espiritual que os tele-evangelistas oferecem vem do céu. O acesso ao milagre se complica, porque todos mercadejam o mesmo produto. Os critérios de escolha se reduzem a prazo de entrega, conforto e garantia.
         Opa, quase esqueci! As lojas, em conformidade com o Código do Consumidor, são obrigadas a dar garantia, mas as igrejas evangélicas não dão garantia alguma. O cliente nunca tem razão. Quando a filha morrer de leucemia, o pai, além de enlutado, será responsabilizado pela perda. Vai ter que escutar que a menina morreu porque ele “deu brecha” para o diabo, não foi fiel ou não teve fé.
         Mercadologicamente, Casas Bahia e Magazine Luiza estão bem à frente das igrejas. Melhor assim, geladeira nova é bem mais útil do que a ilusão do milagre.

sábado, 17 de abril de 2010

PRECAUÇÕES NECESSÁRIAS À ÉTICA DO SERVIÇO PÚBLICO

        
         Passeando pela internet atrás de notícias de nossa cidade, tomei conhecimento do requerimento enviando à Câmara Municipal pelo munícipe Zaquil Dias Tomaz e estranhei a resposta daquela Casa de Leis.
         Ainda que não houvesse por parte do cidadão, justificativa para o tal questionamento, entendo ser plenamente constitucional, conforme cita o próprio presidente da Câmara em sua resposta negativa ao requerente. A alegação de “precaução à ética do serviço público” poderia ser o motivo pelo qual as informações devem ser fornecidas, e não o contrário. Sonegar informação ao cidadão não é zelar pela ética do serviço público.
         Dentre todas as obrigações impostas a um agente público (prefeito, vereador, servidor...), uma das mais importantes, sem dúvida, é a transparência total dos seus atos, o que possibilita ao seu patrão (o povo) fiscalizá-lo a qualquer momento.
         Qualquer pessoa que se habilite a exercer função pública eleita, nomeada, designada ou contratada, ainda que sem remuneração, deve ter em mente que nesse mister o interesse do povo se sobrepõe a qualquer outro interesse, se porventura existir.
         Existem diversas formas do agente público dar transparência aos seus atos e a melhor delas é usar sempre uma linguagem límpida, de imediata compreensão por qualquer pessoa alfabetizada – e não apenas pelos que dominam os conceitos técnicos e jurídicos que campeiam no ambiente da administração pública.
         Não basta, pois, ao administrador/legislador obrigado a seguir o principio da publicidade, divulgar sobre os gastos de sua responsabilidade, frios balancetes com rubricas codificadas entendidas apenas pelos contadores – o ideal, infelizmente pouco utilizado, é detalhar essas informações para consumo também do chamado comum do povo.
         Portanto é necessário que o Administrador / Legislador compreenda que não é dono de seu cargo, senão tão somente um digno representante temporário de seu verdadeiro patrão – o povo - e que deve a ele (povo) satisfação total, de maneira transparente, de seus atos, enquanto agente público no cumprimento de seu “mandato popular”, a serviço de seu patrão, que neste caso, se faz representar pelo senhor Zaquil.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

NÃO REELEJA NINGUÉM !!!

Como era previsto, a votação ontem (07/04) na Câmara dos Deputados do projeto que estabelece a ficha limpa para os candidatos às eleições encontrou muita resistência.

O Projeto de Lei Complementar 518/09, de iniciativa popular através do MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que recebeu mais de 1,6 milhão de assinaturas, impede a candidatura de quem tiver qualquer condenação em primeira instância.

Os partidos PT, PMDB, PP e PTB se mostraram contrários à votação imediata do projeto. Contrário ao atual modelo do projeto, o líder do PP na Câmara, deputado João Pizzolati (SC) disse que “há pontos a serem corrigidos” no texto além da questão da inelegibilidade.

Para a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Cavalcante, a decisão na Câmara dos Deputados foi motivada pelo corporativismo.

Mas ainda temos como varrer essa turma que “trabalha” na contramão da moralidade e “não larga o osso nem a pau”. Vamos entregar-lhes uma passagem de volta definitiva para casa.

Por isso, na próxima eleição NÃO REELEJA NINGUÉM. É o único jeito democrático de moralizar e dar dignidade ao congresso brasileiro.

O problema pode ser escolher em quem votar. Arrisque alguém diferente. Se não der certo, os tiraremos novamente.

É para isso que serve a democracia!

terça-feira, 6 de abril de 2010

DESFILE DE PRIMEIRO DE ABRIL


         Sabe aquela marcha, pam pam parampam pam pam, depois aqueles assovios, pam pam. Quem assistiu A Ponte do Rio Kway, tem ela guardada. Fiquei muito tempo até descobrir o nome – Colonel Bogey. Vez ou outra, passo pelo Youtube para ouvir algumas versões. A que mais gosto é de Chet Atkins com Boston Pops. Hoje, tarde chuvosa, domingo de Páscoa, estou pensando o que significam quarenta anos. Qual a relação?

         Sem filosofia, quero mais dizer, entrei no clima na quinta passada, primeiro de abril de dois mil e dez. Saí de Piracicaba, cheguei a São Miguel, no meio do desfile comemorativo do aniversário da cidade, pelas dez da manhã. Todos aqueles alunos das escolas, que saudade, imaginem agora o significado de quarenta anos... Imaginaram? Fui em dois mil e dez, cheguei em mil novecentos e setenta, não podia ser outra data, era eu mesmo no meu desfile, eu mesmo de porta-bandeira, a mesma rua, o mesmo tudo.

         Deixei o carro um quarteirão longe, entrei em casa – Oi mãe, oi não-sei-quem... Saí à rua lépido, ainda mais com sonho realizado, estava de ray-ban aviator. Desci à praça, tudo, mesmo tudo, ninguém me tirou nada. Voltei aos dezesseis, tive certeza, encontrei a Gracinha e a Maria Luiza – oi Jairinho. Mesma entonação. Sorri e me senti aquele mesmo menino, carregando a bandeira, ali no meio da rua marchando. Chega de mesmo, mas, fazer o que – era eu mesmo, no meu passado. Ninguém me tira essa viagem.

         Fiquei por ali, subindo e descendo ao longo do desfile e daqueles alunos e professores, imaginando todos aqueles passados pela minha viagem, quando encontrei o San – Oi, tudo bem. Tudo. Tá vendo a meninada, bonito não? Somos nós, seu bobo! Pensei, mas não falei. Falamos de nossas coisas atemporais. Aí, ele lembrou-se de um outro desfile, quando fomos índios – eu, ele e o Zé Dias, num carro alegórico que falava de bandeirantes e conquistas. O Joaquinzão era o bandeirante. Acho que foi em sessenta e seis. Demos risadas, comentamos mais algumas coisas – Tchau e um abração. O locutor anunciou a última escola, olhei a praça e andei.

         Entre esses dois primeiros de abril, pouca coisa tenho a lembrar sobre desfiles – Uma imagem de duas motos do tiro de guerra abrindo caminho, naquele desfile de cinco de novembro de mil novecentos e setenta e um, aniversário de Itapetininga. A Lígia chorando, pois deixei-a sozinho e fui ver a banda tocar, desfile de sete de setembro, ela devia ter uns oito ou nove e nem desfilou. Adivinhe o que a banda tocou? Tenho, também, algumas fotos, uma do meu primeiro desfile, sessenta e cinco, tirada do cinema e mostra uma parte histórica da praça. Está no Orkut e tem mais.

         Andei, e pé ante pé, cheguei à casa da minha mãe já neste ano. Fui buscar o carro, entrei, almoço pronto, conversa vai, vem. Sempre a mesma coisa, tudo igual, disse a D. Cida. Mãe, não é não, cada um sabe bem o seu significado e o que vai levar. Talvez uns dois ali vieram de dois mil e cinqüenta, vai saber. Eu estava em setenta. Assim, me despedi, entrei no carro e sem carteira de habilitação saí para São Paulo, pois só tirei a carta aos dezenove. Que estrada ruim, certeza de não estar no futuro, era a mesma buraqueira. Nessas minhas andanças, nunca mais vi um desfile, nem pela televisão. No cinema, só os soldados ingleses desfilando e assoviando ao som do Colonel Bogey, daí a relação.

         Desde quinta, estou indo e vindo nesses dois primeiros de abril, quarenta anos um do outro. São inseparáveis, fazem parte da minha vida e se completam. Naquele carregava a bandeira, neste olhava, sensação única de estar em dois lugares, menino e homem. Naquele, queria ser o homem que sou. Neste, queria ser o menino que fui. Hoje, ao som de..., adivinhem, quero ser os dois. Ano que vem, não vejo a hora do desfile.

      Jairo A. Costa Jr.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

ELEIÇÕES 2010