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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

FELIZ ANO NOVO PARA TODOS

          2010 começa amanhã, 17 de fevereiro, quarta-feira de cinzas... E como num jogo de futebol, encerrará o seu primeiro tempo no dia 10 de junho, véspera da abertura da copa do mundo. Ainda não sabemos se haverá um segundo tempo, muito menos prorrogação. Aliás, até o primeiro tempo que se inicia nesta quarta-feira de cinzas, deverá ser um “jogo muito truncado”.
          Em ano eleitoral teremos a exploração política da miséria, das provocações, do jogo sujo. A desfaçatez da negação das responsabilidades e as bravatas nos discursos improvisados serão típicas de um jogo de cena. Já não nos escandalizamos mais com essas jogadas desleais. A impunidade e o descaramento já se tornaram características comuns no comportamento desses “jogadores”.
          Se bem que às vezes somos surpreendidos, como a prisão de um ou outro governador. Mas, logo um iluminado de toga vai expedir ordem de soltura porque os antecedentes do acusado, sua reputação ilibada e residência fixa concedem a ele o direito de responder em liberdade. Porém, esse mesmo iluminado de toga, quando analisa casos de miseráveis e oprimidos, aplica o rigor da lei, sem piedade, até mesmo com quem pratica eventual delito famélico.
          Já houve um tempo em que havia uma grande distância entre o certo e o errado. Estudante estudava, trabalhador trabalhava, o executivo decidia e havia até um legislativo que tinha algo a propor. Analfabeto não votava, nem se candidatava. O judiciário era sagrado e a polícia prendia bandidos. A arrecadação deveria garantir saúde, educação e segurança. A aposentadoria deveria garantir uma velhice digna. Tinha até quem considerasse o roubo e a corrupção coisa de ladrões e cafajestes. Ladrões, sequestradores e vagabundos tinham que fugir da polícia... E a polícia tinha que prender os ladrões.
P.S.   Sempre é bom lembrar que o ano novo começa amanhã, mas somente depois do almoço... Portanto, sem atropelos,  até porque “esse restinho de ano já não dá mais nada mesmo”.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

NOTÍCIAS COMPLEMENTARES


Duas notícias que encontrei esta semana na net que merecem uma maior reflexão:

1) Heliópolis (bairro da zona sudeste de São Paulo) tem 125 mil habitantes. 91% são nordestinos. Só 10% deles votam em São Paulo. Tem “uma” banca de jornal para servir os médicos e funcionários que trabalham no Hospital Heliópolis.   E pasmem, tem “mais de 250 lan-houses”.

2) A Unesco acaba de classificar o Brasil no 88º lugar, pelo Índice de Desenvolvimento Educacional e na América Latina estamos em 15º lugar, abaixo de países como a Bolívia e o Paraguai.
No mesmo dia (18/01/10), o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) informava que 18% dos jovens brasileiros de 15 a 17 anos não estão na escola. Os rapazes porque precisam trabalhar e as meninas, por gravidez precoce.

Como diria Nietzsche: “Quanto mais você olha para o abismo, mais o abismo olha para você!”.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

VELHOS CARNAVAIS


Havia, sim, fio dental naqueles tempos. Mas se usava nos dentes. Não na bunda.
Do silicone nem se falava.
Os seios eram deliciosamente naturais e biquinhos sensíveis se arrepiavam quando se tocava neles. Mas, não ficavam à mostra e os namorados só sabiam do arrepio pelos suspiros e ais do não aguento mais.
As pernas das garotas não eram iguais às de Roberto Carlos, do Corinthians, ou do Boi, o grande atacante do glorioso EC São Miguel. Sem músculos, macias, bem torneadas davam vontade de ver o mundo de pernas pro ar.
Se uma daquelas garotas, num impeto amoroso, abraçasse seu namorado, ele não corria o risco de morrer asfixiado pela força dos braços que as mulheres têm hoje.
Eu me lembro do corpo frágil e delicado da Lurdinha Fogaça, a transitar com sua beleza suave pelo salão do Bernardes Jr.
Naqueles tempos, o único pó que se cheirava era o que subia no vai-e-vem de quem pulava. E o fuminho que se acendia quase sempre estava com a data de validade vencida.
Nenhuma moça dançava na boquinha da garrafa e isso dava a certeza absoluta de que não soltavam pum no salão.
Havia brigas, mas homem nenhum puxava o cabelo do outro, nem retocava a maquiagem depois, como acontece hoje em qualquer baile.
Não havia propaganda na TV para se usar camisinha. Naqueles tempos, ninguém esperava o Carnaval para dar ou levar uma pimbada. O Carnaval era apenas uma festa onde ricos e pobres, feios e bonitos, velhos e moços botavam pra quebrar as agruras da vida. E cantavam: Ei, você aí, me dá um dinheiro aí...
E os que não haviam resolvido seus complexos de Édipo, atacavam: Mamãe eu quero, Mamãe eu quero mamar...
Bons tempos em que João Ortiz e sua banda só tocavam marchinhas e sambas, com começo, meio e fim, sem a bagunça generalizada do Rap e outros absurdos musicais.
Hoje, o Carnaval se resume em bundas imensas que a Rede Globo faz questão de sacudir na nossa cara.
Mais triste é que são bundas artificiais, no tamanho e proporção do grande cocô em que transformaram o mundo.
Foliões de velhos carnavais, um conselho: fiquem em casa com seus pedacinhos coloridos de saudade.

(Mais uma excelente crônica de Miguel Arcanjo Terra, Revista da Paróquia)