Por Renato Lobo
Há alguns dias (inicio de agosto 2011), constatamos uma anomalia ao longo da SP-139, no trecho São Miguel Arcanjo - Sete Barras. Da noite para o dia, foram retiradas todas as placas identificadoras dos córregos e rios que cortam essa rodovia. A partir de um projeto de lei do deputado/Secretario de Saneamento e Recursos Hídricos Edson Giriboni (http://www.al.sp.gov.br/geral/comissoes/ata.jsp?idAta=5560&comissao=99983&legislatura=16) que confere denominação a todas as pontes sobre rios ao longo da SP-139, procedeu-se a substituição das antigas placas identificadoras dos citados rios por placas identificadoras de pontes.
O prejuízo da informação geográfica é evidente. Os nomes dos córregos e rios são elementos geográficos que constam em todos os mapas do IBGE e são referências fundamentais em qualquer trabalho científico, ainda mais se for considerado que a maioria deles encontra-se dentro do Parque Estadual Carlos Botelho. Portanto, justifica-se manter a identificação dos rios através de suas placas.
A anormalidade sugere alguns questionamentos e reflexões:
1) Porque as placas não foram confeccionadas incluindo o nome dos rios?
2) Qual o preço das placas identificadoras das pontes?
3) Qual o custo da correção da anormalidade?
4) Porque os responsáveis pelo Parque Carlos Botelho/ DER /Secretaria de Saneamento – Recursos Hídricos não se posicionaram a tempo para correção da anormalidade, antes do evento de inauguração ocorrido no início de setembro/2011?
Que os órgãos envolvidos cuidem do objeto principal, a preservação desses rios que cortam o Parque Carlos Botelho. Valores incomensuráveis como transparência, pureza, integridade, harmonia são transmitidos por esses rios.
Um rio não perde sua identidade por si, é necessário a atuação de agentes externos. A morte desses rios pode estar começando pela retirada das suas respectivas identidades. Subtração de identidade é um ato ilegal e merece correção.