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sexta-feira, 23 de setembro de 2011

RETIRADA DE PLACAS DA SP-139 CONTRIBUI PARA A PERDA DE IDENTIDADE DOS RIOS DO PARQUE CARLOS BOTELHO

Por Renato Lobo

Há alguns dias (inicio de agosto 2011), constatamos uma anomalia ao longo da SP-139, no trecho São Miguel Arcanjo - Sete Barras. Da noite para o dia, foram retiradas todas as placas identificadoras dos córregos e rios que cortam essa rodovia. A partir de um projeto de lei  do deputado/Secretario de Saneamento e Recursos Hídricos  Edson Giriboni (http://www.al.sp.gov.br/geral/comissoes/ata.jsp?idAta=5560&comissao=99983&legislatura=16) que confere denominação a todas as pontes sobre rios ao longo da SP-139, procedeu-se a substituição das antigas placas identificadoras dos citados rios por placas identificadoras de pontes.

O prejuízo da informação geográfica é evidente. Os nomes dos córregos e rios são elementos geográficos que constam em todos os mapas do IBGE e são referências fundamentais em qualquer trabalho científico, ainda mais se for considerado que a maioria deles encontra-se dentro do Parque Estadual Carlos Botelho. Portanto, justifica-se manter a identificação dos rios através de suas placas.

A anormalidade sugere alguns questionamentos e reflexões:
1) Porque as placas não foram confeccionadas incluindo o nome dos rios?
2) Qual o preço das placas identificadoras das pontes?
3) Qual o custo da correção da anormalidade?
4) Porque os responsáveis pelo Parque Carlos Botelho/ DER /Secretaria de Saneamento – Recursos Hídricos não se posicionaram a tempo para correção da anormalidade, antes do evento de inauguração ocorrido no início de setembro/2011?

Que os órgãos envolvidos cuidem do objeto principal, a preservação desses rios que cortam o Parque Carlos Botelho. Valores incomensuráveis como transparência, pureza, integridade, harmonia são transmitidos por esses rios.

Um rio não perde sua identidade por si,  é necessário a atuação de agentes externos.  A morte desses rios pode estar começando pela retirada das suas respectivas identidades. Subtração de identidade é um ato ilegal e merece correção.


terça-feira, 20 de setembro de 2011

ESTADO DA PALESTINA

         Em menos de 24 horas, a Assembleia Geral da ONU vai se reunir e o mundo terá a oportunidade de abraçar uma nova proposta que poderá mudar a maré de décadas de fracassadas negociações entre Israel e Palestina: o reconhecimento do estado da Palestina pela ONU.

         Mais de 120 nações do Oriente Médio, África, Ásia e América Latina já abraçaram essa iniciativa, mas a ala direita do governo de Israel e os EUA estão tentando bloquear esse processo. A Europa ainda está indecisa em votar com o resto do mundo nessa oportunidade única de acabar com 40 anos de ocupação militar. Iniciativas americanas fracassaram por décadas, enquanto Israel confinou os Palestinos a pequenas áreas, confiscou suas terras e bloqueou sua independência.

         Apesar das raízes dos conflitos entre Israel e Palestina serem complexas, a maioria das pessoas de todos os lados concordam que o melhor caminho para paz é a criação de dois estados. Entretanto, repetidos processos de paz têm sido enfraquecidos por violência em ambos os lados, a construção extensiva de assentamentos feita por Israel na Cisjordânia, além do bloqueio humanitário na Faixa de Gaza. A ocupação de Israel diminuiu e fragmentou o território palestino e tornou a vida dos palestinos uma prova diária. A ONU, o Banco Mundial e o FMI anunciaram recentemente que os palestinos estão prontos para governar um estado independente, mas que o grande empecilho para o sucesso é a ocupação de Israel. Até mesmo o presidente dos EUA pediu para que os assentamentos tivessem um fim e retornassem às fronteiras de 1967 com a troca acordada de terras, mas o primeiro-ministro israelense Netanyahu se recusou furiosamente a cooperar.

         Enquanto os governos de Israel e EUA estão chamando a iniciativa de “unilateral” e perigosa, na verdade, as nações mundiais definitivamente apoiam esse movimento diplomático não-violento. Um reconhecimento global da Palestina poderia acabar com o discurso de extremistas que dizem que a violência é a única solução, além de promover um movimento de crescimento sem violência palestino-israelense em sintonia com a dinâmica democrática de toda a região. Mais importante, o reconhecimento resgataria um caminho para uma solução negociada, e permitiria o acesso dos palestinos à uma variedade de instituições internacionais que podem ajudar a avançar a liberdade palestina, e enviar um sinal claro para o governo pró-assentamento de Israel que o mundo deixará de aceitar sua impunidade e intransigência.

         Por muito tempo, Israel enfraqueceu a esperança por um estado palestino. Por muito tempo, os EUA os apaziguou, e por muito tempo a Europa se escondeu atrás dos EUA. Agora, a Europa está em cima do muro em relação à legitimidade do estado palestino.

         A legitimidade do estado palestino não vai trazer uma solução para esse conflito rebelde do dia pra noite, mas o reconhecimento vai mudar a dinâmica e começará a destravar as portas para a liberdade e paz. Por toda a Palestina, as pessoas estão se preparando com esperança e expectativa para recuperar uma liberdade que eles jamais conheceram.

domingo, 11 de setembro de 2011

SELVAGERIA CAIPIRA NO CIRCO DE HORRORES

Antônio Veronesi

Circulam na internet imagens assustadoras dos bastidores das "festas" de peão e boiadeiro. Hipócrita a classificação de "festa" para um espetáculo onde animais indefesos são humilhados e agredidos!

Assim como no racismo, devemos refletir sobre a imoralidade do especismo que nos autoriza "sentenciar" o destino de outras espécies submetidas à nossa inteligência "superior". O filosofo Peter Singer lança sobre essas trevas um facho de luz e de esperança.

Disfarçado pelo eufemismo de "festa", esse moderno-circo-de-horrores é fortemente contestado em todo o mundo civilizado e, mesmo em Espanha -onde as corridas de touro confundem-se com a própria identidade do país- a sociedade, com seu engajamento, impôs sua proibição a mais de uma quinzena de cidades.

Como em Espanha, a luta para proibir os rodeios vai encontrar forte resistência no Brasil, especialmente devido às cifras astronômicas envolvidas nesses espetáculos. Alguém chegou a escrever-me argumentando que "...parte dos lucros de Barretos vai para o Hospital do Câncer..." como se isso a tudo justificasse! Pergunto: se parte do dinheiro do tráfico de drogas for doado ao hospital do câncer, isso desagrava esse recurso de suas origens?

Proponho um engajamento contra essa orgia de violências, essa selvageria caipira dos rodeios onde "homens" pretendem fazer prova de valentia humilhando animais indefesos...E ouso sonhar com um Brasil onde o desrespeito aos animais seja punido pela lei e repudiado por toda a sociedade.

 Para aqueles que ainda têm dúvidas, vejam os vídeos abaixo. Mas atenção: As imagens são extremamente fortes e devem ser evitadas por pessoas sensíveis. Contrariamente ao que diz  o texto do YouTube, elas não foram registradas em Barretos.  Mas a arrogância dos homens, diante do sofrimento dos animais, é a mesma!

http://www.youtube.com/watch?v=ql7QkmbtwTs
http://www.youtube.com/watch?v=OPL2-9wUCpY
http://www.youtube.com/watch?v=AbKsNRa3HVI&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=y-j5cAVeseM&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=8JQ7EG7KYw8&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=OIE7kcZCsCY&feature=related