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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SALÁRIOS: MÍNIMO X MÁXIMO


         Confiram as duas notícias abaixo, com atenção para os detalhes em negrito. E reparem como para dar um aumento miserável ao já miserável salário mínimo há tantas objeções e contas, enquanto, para conceder um gordo aumento aos deputados e senadores - além das absurdas regalias - tudo é bem mais fácil.

SALÁRIO MÍNIMO FICARÁ ENTRE R$ 540 E R$ 550

            Em audiência realizada na terça-feira (16) na Comissão Mista de Orçamento (CMO), o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, admitiu o arredondamento do salário mínimo para R$ 540. Na peça orçamentária enviada pelo governo para apreciação dos parlamentares, está previsto o valor de R$ 538,15. Esse valor já tinha sido proposto pelo relator-geral do orçamento, senador Gim Argello (PTB-DF), que rejeitou os R$ 580 propostos pelas centrais sindicais.
            O valor “arredondado” foi aprovado pela comissão como parte do parecer apresentado por Gim Argello. Mas uma reunião com líderes sindicais ainda será realizada com parlamentares da base aliada, e o governo tem sinalizado um valor de R$ 550 para o mínimo. Para tanto, restrições constitucionais exigem o envio de uma medida provisória ao Congresso com a definição de um eventual novo valor.
         Ao apresentar parâmetros macroeconômicos para os integrantes da comissão, Paulo Bernardo afirmou que o valor do mínimo “todo ano acaba por arredondar”, e que a equipe econômica trabalha para dar os R$ 30 de reajuste (o atual valor é de R$ 510).
         Ele diz que, caso o mínimo seja elevado para um patamar maior, que serão tirados recursos de outros setores para bancar o aumento pedido pelas centrais. A equipe econômica do governo calcula que cada R$ 1 aumentado sobre o valor atual do mínimo implica gasto adicional de R$ 286,4 milhões.


DEPUTADOS QUEREM AUMENTO DOS PRÓPRIOS SALÁRIOS PARA R$ 27 MIL
        
         O aumento do salário dos deputados foi um dos assuntos discutidos nesta terça-feira (16) entre líderes dos partidos na Câmara. Numa reunião convocada pelo vice-presidente da Casa, Marco Maia (PT-RS), a proposta de reajuste ganhou apoio da maioria dos líderes, tanto do governo quanto da oposição.
         Ainda não há consenso sobre o aumento para deputados e presidente. Mas os congressistas querem, ao menos, a reposição da inflação dos últimos três anos, de 17,8%. Isso elevaria o salário deles para R$ 19.451,13.
         Hoje, além do salário (R$ 16.512), cada deputado tem direito a R$ 60 mil (para contratar até 25 funcionários) e mais uma ajuda de custo que varia de R$ 23 mil a R$ 35 mil (para passagens aéreas, combustível, material etc.).
         Alguns deputados defendem equiparação com o salário dos ministros do STF (R$ 26.723). É o caso do líder do PSDB, João Almeida (BA).

Composição do salário (atual) de um Deputado Federal

Salário: R$ 16.512,09
(lembrando que eles ainda recebem 13º, 14º e 15º salários)

Verba de Gabinete: R$ 60.000,00
(cada um dos 513 deputados federais possui esta verba mensal para gastar com material de escritório e pagar até 25 assessores parlamentares).

Verba Indenizatória: R$ 15.000,00
(gastos com gasolina, comida, hospedagem, aluguel de escritório e consultorias.

Auxílio Moradia: R$ 3.000,00
(a ajuda no aluguel vale até para deputados do Distrito Federal. Os tais “apartamentos funcionais” acabam com os assessores e parentes).

Cota para Telefone e Cartas: R$ 4.000,00

Revistas e Jornais: R$ 1.000,00

Passagens Aéreas: R$ 9.000,00
(passagens de ida e volta de Brasília para o estado que representam. Até os deputados representantes do Distrito Federal têm direito às passagens. Parece piada, mas não é).

Assistência Médica: R$ 8.000,00
(o deputado e sua família podem pedir reembolso ilimitado de gastos com saúde).

TOTAL: R$ 166.512,09

Talvez por isso, em algumas cidades já podemos ver carros com o adesivo abaixo:





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