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domingo, 14 de março de 2010

TEMPORADA DE ABRAÇO AO ELEITOR


          Está reaberta a Temporada de Abraço ao Eleitor, quando os nossos representantes políticos abandonam a roupa formal, arregaçam mangas de camisa ou substituem o salto pela sandalinha e vão às ruas trocar suor com o povo. As fotos na mídia já mostram o hercúleo esforço de certos pré-candidatos para enlaçar donas de casa, pedreiros, agricultores rurais e ambulantes, em um refrega que vale vaga em outubro. Façam um exercício e percebam nessas fotos e imagens como o abraço é incompleto, duro, constrangido com aquele penduricalho popular no pescoço.
          Lembro, há muito tempo, de um político que dizia que não ficava no meio da refrega porque não gostava do cheiro do povo. Não creio que toda a classe política evoluiu desde então, apenas aparou arestas, tomando um banho mais demorado no final do dia. Afinal de contas, quem quer ficar com odor de gente que trabalha no corpo? Os que melhor incorporarem a política do “lavou, tá novo” se darão melhor. Como sempre.
          Para muitos, inclusive, será a única dose de realidade que terão nos próximos quatro ou oito anos.
          Lembrando o escritor e dramaturgo Bertolt Brecht: “O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
          O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais”.

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