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sábado, 1 de maio de 2010

A PALAVRA FOI INVENTADA PARA ENGANAR


         As máscaras não são privilégio dos simpáticos folguedos de carnaval e dos bailes à fantasia, mas pertencem ao quotidiano. Estão presentes na literatura de ficção, na política, em discursos de comemorações e até em sermões nos templos religiosos.

         Esse fenômeno dá-se em razão de que as palavras que usamos na conversação são sinais arbitrários da realidade ou das coisas em si. O verbo não anda colado ao objeto a que se refere e, muitas vezes, está ligado somente ao pensamento de quem fala.

         Um escrito do século passado lembrava que o vocábulo é um sinal que pretende apresentar a realidade. Mas infelizmente, para alguns, a realidade é um mero fruto da imaginação.

         Em tempos de promessas de campanha, só o tempo, que é senhor da história, dirá se é verdade o vasto rosário de promessas e afirmações que virão por aí. E quando passar o período eleitoral e eleitoreiro, o amanhã dirá se não vai haver mais apagões, assaltos à mão armada, invasões de propriedades, estupros e prostituição de menores, pedofilia e também se estamos caminhando em direção à democracia ou à ditadura, à paz ou à guerra.

         As máscaras, ninguém precisa arrancá-las da face dos enganadores; elas caem com o passar do tempo como a casca de uma ferida. Aparências de honestidade somem. Enfim, a desilusão, saudável companheira dos idosos e historiadores, mostra a cara. Não se deve ter medo. Esse desabamento é saudável. Apenas se experimenta mais de perto a condição humana. Como já insinuava Freud, “a palavra foi inventada para enganar”.

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