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domingo, 17 de julho de 2011

TIRANDO DOCE DE CRIANÇA


        Quando pensamos que já tínhamos visto de tudo, eis que surge mais um vídeo “instrutivo” na arte de tirar proveito através da manipulação emocional de incapazes:
        Uma criança de nove anos é incentivada por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus a vender seus brinquedos e doar o dinheiro à igreja para que os pais parem de brigar. Enquanto isso, sua mãe é exorcizada no altar.
        A cena ocorreu em culto da Universal em Santo Amaro, zona sul de São Paulo. No vídeo, o menino conta ao bispo Guaracy Santos que seus pais têm brigado com frequência. O bispo pergunta que sacrifício ele fará pelos pais. "Eu vou dar tudo que eu tenho", responde a criança. O bispo Guaracy devolve: "E o que é tudo que você tem?". "Brinquedo", diz o menino.
        O bispo insiste: "Você vai vender?". A criança diz que sim, e Guaracy pergunta, referindo-se ao dinheiro: "Pra colocar onde?" "No altar", promete a criança.
        Em seguida, sua mãe aparece em crises de convulsão, sendo segurada por um obreiro da Universal. O bispo diz que ela tem "o demônio" e "uma praga". Depois de “entrevistar” no demônio, incentiva a criança a se aproximar. "Vai lá perto e fala: acabou pra você, diabo."
        E conclui: "Seja fiel, vende o que você tem. Tem fé pra isso? Vai na tua fé".
        Segundo especialistas, o vídeo fere os princípios do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) ao expor o menino a possíveis constrangimentos, mesmo com o rosto borrado. Ricardo Cabezón, presidente da Comissão de Direitos Infanto-Juvenis da OAB-SP, diz que o recurso não impede que o menino seja identificado por conhecidos.
        "A criança deve ser poupada. Se a própria mãe está numa situação de incapacitada, nas mãos de outra pessoa, não se pode pegar uma criança para que ela explique o que está se passando."
        A advogada Roberta Densa, que dá aulas sobre o ECA, avalia que o bispo se aproveita da condição "vulnerável" da criança. "É uma situação de manipulação."
        Para João Santo Carcan, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, o papel da igreja, ao tomar conhecimento de um problema desses, seria entrar em contato com os órgãos públicos de assistência social e não “tratá-la a como instrumento de receita", diz.

Fonte: Folha OnLine
Link vídeo: http://youtu.be/33YqlD2t7yc

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